domingo, 19 de fevereiro de 2017

A capa que deixo à entrada de minha casa...


Quantas vezes, tive um dia ou uma semana difícil. Dia após dia, ando com uma capa às costas, tem um peso enorme, bloqueia-me, mas protege-me de mostrar as minhas fraquezas e fragilidades, mostra somente o meu lado bom, simpático, responsável, profissional, corajoso e até dinâmico, metódico e organizado à sociedade.

Mas, quando chego a casa a capa fica à entrada, fico mais leve, mas as fragilidades vêm à superfície, não dá para esconder, instala-se a dor, a revolta, incompreensão, sou transparente, impotente, insegura e pouco confiante, o pior de tudo é que quem sofre é quem mais amo, quem me é mais próximo. São bombardeados com histórias, questões que não conseguem dar resposta, irritações, inquietações, são o verdadeiro saco de boxe, levam com tudo e de todas as maneiras.

É incrível como junto daqueles que amo não dá para ser outra coisa, senão eu mesma com todas as qualidades, defeitos e fragilidades.

No dia seguinte volto a vestir a capa para sair de casa, agora mais pesada porque magoei quem mais amo, com coisas que dizem respeito ao mundo e não a eles...

Nenhum comentário:

Postar um comentário