terça-feira, 1 de março de 2016

Cheguei ao cimo da montanha, e agora?


O caminho foi longo, estranho, inquieto, difícil e experimental.  A montanha é alta, quando dava cinco passos, recuava três, sempre assim. Tinha pedras, muitas pedras, e as mais pequeninas é que me chateavam mais, passei por gente que falava, opinava e eu aceitava tudo, é assim e pronto. Questionar? Para quê? Continuei o meu caminho, calma e serena. Mas sabes, eu senti-te sempre dentro de mim, mas a malta não falava de ti, porquê? A conversa sobre ti nunca veio à baila, tudo tão estranho não falar de ti como de um amigo se trata-se.

Parece que a fé é coisa de estar num armário, todo envidraçado, sem pó e de vez em quando vamos lá passar o lustro. Passei por gente que só viveu a fé para dentro, e contra mim falo, porque eu passava por eles e andava sempre, nunca falava de ti, nem do teu filho. São sagrados de mais para serem falados?  Não sei, continuei caminho, sempre calada, sempre a interiorizar, sempre a falar com um Deus bombeiro, que atendia aos meus pedidos quando estava com dificuldades na caminhada e depois lá me esquecia dele outra vez, agora penso, ele era mesmo meu amigo.

Eu passei por rios, riachos, flores, árvores, pedras e mais pedras. E em cada coisa nova que eu via com o coração, ele aparecia novamente na minha memória, entrava sem ter de pedir autorização, nunca precisou de o fazer.

Houve uma altura que só me faltava um bocadinho para chegar ao cimo da montanha, e aparece um ser iluminado que bate à porta do meu coração e diz: "Eu vim, para te mostrar quem Ele é verdadeiramente, ele me enviou para te ajudar, e quem me receber, estará a recebe-lo a Ele!"

Fiquei petrificada, emocionada, incomodada, com medo, desconfiada mas... Abri a porta do meu coração e cheguei ao cimo da montanha! E agora? E agora meu Deus, para onde queres que eu vá? É isso que me falta saber e estou com vertigens...

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