sábado, 24 de outubro de 2015

No pain, no gain!


Correr nunca esteve nos meus planos. Lembro-me das aulas de Educação Física, mandar-me correr, era das piores coisas que me poderiam fazer. Só gostava de correr atrás da bola (sim, porque eu era "Maria-Rapaz"). Tentavam alguns colegas, incentivar-me a participar no "Corta-mato", mas nunca estive praí virada.

Comecei a dedicar-me a correr à cerca de um ano e meio. Parece fácil mas não é. Deixei o ginásio onde andava por indicação médica, e não fazer desporto nunca esteve nos meus planos. Faço para libertar o meu corpo e alma, nunca fiz com intenção de emagrecer (se assim fosse, acho que já tinha desaparecido do mapa).

Correr ao ar livre não é tão fácil como parece. Para além das subidas e descidas acentuadas do nosso país, estou constantemente exposta a todas as temperaturas do ano e ainda estou a adaptar-me a cada uma delas. Atenção, não sou nenhuma atleta, não participo em provas, limito-me a correr ao meu ritmo e à minha medida. :)

Por incrível que pareça, aprendi a gostar desta modalidade, correr é um ato de liberdade, é o maior encontro comigo mesma ao fim de um dia stressante de trabalho. É bom fazê-lo acompanhada, mas ainda melhor quando vou sozinha, sou só eu e os meus pensamentos.

Já corri sobre um calor abrasador, frio intenso, chuva, trovoada, relâmpagos, vento forte.

Descobri que andar à chuva é uma sensação maravilhosa, os pingos frescos na cara quente são uma bênção. Não gosto de correr ao frio, Já corri debaixo de relâmpagos e trovoada durante a noite e é como desafiar a natureza, a sensação é muito boa.

Já corri debaixo da lua, uma boa confidente, que ilumina a terra inteira sem ser necessário o uso de lanterna, o vento muitas vezes parece que fala através das árvores, as folhinhas a bater umas nas outras... Sorri-o... Sou livre... Abro os braços e imagino-me como em criança a imitar um avião...

Com estas pequenas corridas descobri que as lombalgias são o maior inimigo dos corredores, que um bom aquecimento, controlo da respiração são muito importantes e que cada quilómetro é uma nova conquista. Existem alturas em que correr custa muito, vou em sofrimento com uma "dor de burro" enorme e aparece sempre um outro atleta, ou até um desconhecido que passa por mim e diz: "Força!" Bem, ganho mesmo força para chegar ao fim. :)

Descobri que o mais importante não são os quilómetros que faço, nem o tempo que demoro a percorre-los, mas sim a minha própria atitude. :) 

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