domingo, 19 de dezembro de 2010

Para animar...

Acabei de ler o livro de António Feio e gostei muito, aconselho toda a gente a ler.


Já tinha pensado escrever neste meu espaço sobre macacos! Não são macacos no sentido animal. Mas sim, aqueles que todos nós temos no nariz. Mas quando li o livro deste nosso irmão, um dos seus capítulos na parte humorística, ele fala exactamente sobre isto. Está tão bem explicadinho, está tão cómico, que não fui capaz de desenvolver um outro texto. No entanto, aqui fica aquilo que de certa forma, todos nós já presenciamos:


"Macacos e Trânsito" por António Feio


"Deve haver uma relação directa entre trânsito acumulado e a quantidade de macacos que se acumulam nos condutores de automóveis. Só pode haver.


É que assim que o carro pára, a malta desata a fazer limpeza ao "sótão". Freneticamente, como se não houvesse amanhã. Uns ainda tentam disfarçar. Mas a maioria aplica-se com uma convicção confrangedora. Enfiam os dedos por aquelas narinas adentro como se tivessem uma granada lá dentro prestes a rebentar.


Mas o problema é que os macacos também tem vindo a evoluir ao longo dos anos e de geração para geração. Normalmente aproveitam o pára arranca e o facto de o condutor ir metendo mudanças para mudarem de posição e assim complicar mais a tarefa. Os macacos não se deixam apanhar facilmente. Dão luta. É preciso escarafunchar. Ir atrás deles. Senão estão aqui é porque devem estar mais acima.


Há condutores que até se elevam nos bancos na esperança de os entalarem entre a narina e o tejadilho. Daqui já não me escapas. Agora é só espetar-lhe a unha e retirá-lo à força. Quando o objectivo é cumprido vê-se logo pelo ar satisfeito do condutor.


Uns ficam tão contentes que resolvem comê-los logo ali sem dó nem piedade. Devia haver uma petição ONLINE para protestar contra esta atrocidade. Outros mais experientes colam-nos no tablier do carro e deixam-nos a secar. Penso que devem gostar deles mais estaladiços. Outros apanham-nos à ida e comem-nos no regresso. Seja como for, comem-nos.


Mas também há aqueles que não são desses, dos que comem macacos, e tentam pó-los num sitio qualquer. Mas onde? Até dá pena ver os olhos dos condutores que, em pânico, tentam pespegar com aquele animal ranhoso num sítio qualquer e, se possível, da maneira mais discreta.


Uns tentam mandá-los janela fora. Os menos consistentes são mais difíceis. Os outros acabam, a maior parte das vezes, enrolados entre dois dedos, em bolinhas, muito bem feitas e depois, com ar descontraído e a mão ligeiramente fora da janela, são corridos com um ligeiro piparote..." :)

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